PayPal agora pode atuar como instituição de pagamento no BrasilWalmart encerra vendas online no Brasil e foca em lojas físicas
De origem sul-africana, a Naspers comprou 91% do Buscapé em 2009 por US$ 342 milhões. Naquela época, o serviço estava em seu auge, o que ajuda a explicar um montante tão alto. Porém, o negócio acabou não trazendo o retorno que a Naspers esperava. Nos anos seguintes à aquisição, o Buscapé enfrentou uma série de obstáculos que dificultou o crescimento consistente de suas operações. Em 2011, o Buscapé chegou a processar o Google sob alegação de que a companhia privilegiava resultados do Google Shopping em suas buscas, levando comparadores rivais a perder acessos. O Buscapé sofreu uma derrota nos tribunais no ano seguinte. Tempos depois, em 2013, a companhia foi para o ataque novamente e denunciou o Google ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) acusando a companhia de se apropriar de avaliações publicadas no Buscapé e Bondfaro para disponibilizá-las no Google Shopping. Esse embate só teve um desfecho em novembro de 2018, quando a Superintendência-Geral do Cade recomendou o arquivamento da ação por não haver provas de que a conduta do Google prejudicava consumidores brasileiros. Em junho do mesmo ano, fontes próximas disseram que a Naspers tinha contratado o Citigroup para vender toda a sua participação no Buscapé. Uma tentativa de venda ocorreu bem antes, em 2015, mas as ofertas recebidas na época foram recusadas por terem ficado abaixo dos US$ 342 milhões desembolsados em 2009.
Uma reformulação transformou o Buscapé em marketplace em 2017. A Naspers não comentou o assunto, mas fala-se que, tendo como base essa mudança, o grupo esperava vender a plataforma por um valor superior aos tais US$ 342 milhões. Não dá para saber se esse objetivo foi alcançado com a venda para o Zoom, afinal, ambas as partes mantêm o assunto em sigilo. De qualquer forma, a prioridade da Naspers atualmente são serviços de pagamentos, aplicativos de entrega e classificados online, por exemplo. Mesmo que tenha vendido a sua participação no Buscapé por um valor mais baixo que o almejado, o grupo poderá se focar nesses segmentos. OLX e iFood estão entre as empresas que já recebem investimentos da Naspers. Já o Zoom, cuja plataforma auxilia o usuário na decisão de compra com conteúdo sobre produtos, ferramenta de busca e comparador de preços, espera que, junto com as operações do Buscapé, consiga alcançar 30 milhões de usuários por mês e, até o fim de 2019, gerar volume de vendas na casa dos R$ 5 bilhões para mais de 2 mil lojas. Além do Buscapé, a compra inclui sites como Bondfaro, QueBarato e Moda it. O negócio ainda precisa ser aprovado pelo Cade. O Zoom espera que esse processo seja finalizado no segundo semestre. Com informações: G1, Folha de S.Paulo.