Com o acordo, a TIM terá à sua disposição os mais de 18 milhões de domicílios cobertos pela V.tal, e a cobertura FTTH deve chegar aos 20 milhões de casas passadas até o final de 2022. A rede neutra será utilizada tanto para comercialização de banda larga fixa como para conexão de antenas 5G; inicialmente, 2.500 sites de quinta geração serão conectados à infraestrutura da parceira. Em comunicado enviado pela companhia, a TIM afirma que terá foco em ofertas com velocidades de 1 Gb/s. Atualmente, a operadora cobra cerca de R$ 180 mensais pela banda larga gigabit TIM Live com assinatura do HBO Max inclusa. A TIM ainda não divulgou quando será o início das vendas dos planos de banda larga a partir da rede da V.tal, nem deu detalhes sobre as primeiras cidades a serem atendidas. Vale lembrar que a TIM não é a única operadora grande que a se apoiar em uma rede neutra para vender serviços de banda larga. Recentemente, a Sky passou a vender internet de até 400 Mb/s utilizando a infraestrutura da Fibrasil, derivada da Vivo Fibra.
V.tal é a oportunidade da TIM para crescer na banda larga
A rede da V.tal é grande e está em franca expansão. O plano estratégico da companhia neutra prevê 32 milhões de domicílios brasileiros com cobertura FTTH até 2025. A infraestrutura é feita a partir da extensa rede de transporte herdada da Oi, que possui mais de 400 mil km e presença em cerca de 3 mil cidades. Ao optar por utilizar redes neutras, a TIM consegue expandir sua atuação sem investir na construção de infraestrutura própria. Como a rede da V.tal é extensa, isso traz a oportunidade da operadora italiana crescer no concorrido mercado brasileiro de banda larga e ficar mais próxima da Claro, Oi e Vivo. Atualmente, a TIM responde possui apenas 1,7% de participação de mercado no serviço de internet fixa, se posicionando atrás de operadoras regionais como Brisanet, Algar e Desktop. A líder no segmento é a Claro, com 22,7%, seguida por Vivo (15%) e Oi (11,9%). No entanto, concorrer no mercado de banda larga não será uma tarefa fácil para a TIM. Trata-se de um segmento com ampla concorrência, especialmente fora dos grandes centros, onde há maior presença de provedores regionais.
TIM tem sua própria rede neutra (mas é pequena)
Assim como fez a Oi, a TIM também segregou seus ativos de rede fixa e formou uma nova empresa de rede neutra chamada I-Systems. O grupo IHS possui 51% do capital social e o controle da companhia, enquanto a TIM permaneceu com os 49% restantes. O problema é que a I-Systems tem uma rede enxuta. Ela está disponível para menos de 6 milhões de domicílios em 40 cidades, e em muitos locais a única tecnologia presente é a FTTC, que utiliza cabos metálicos e entrega experiência inferior à fibra óptica. Considerando que a cobertura da I-Systems é pequena, serão poucas as áreas onde haverá sobreposição com a rede da V.tal. Além disso, grande parte da antiga rede da TIM está concentrada na região metropolitana de São Paulo, onde a Oi Fibra possui presença limitada a alguns bairros.