Como criar um canal ou grupo no TelegramComo conversar no Signal sem revelar seu número de telefone
Cutucar o serviço rival nas circunstâncias atuais soa como falta de sensibilidade, pelo menos na primeira olhada. De todo modo, o comentário de Marlinspike vem na esteira de uma constatação de Matthew Prince, CEO do Cloudflare: a de que o uso do Signal na Ucrânia aumentou significativamente nas primeiras horas após a invasão russa. Mas o uso do Telegram também aumentou. Levemos em conta também que o serviço já era popular no país. Esse cenário fez Marlinspike usar o Twitter para comentar, em 24 de fevereiro, o seguinte: A postagem é linkada a uma série de tweets que o fundador do Signal disparou no final de 2021 depois de concluir que a mídia considera o Telegram um “mensageiro criptografado”. A realidade é o oposto: o Telegram é, por padrão, um banco de dados nas nuvens com um cópia em texto puro de todas as mensagens que os usuários já enviara/receberam. Na sequência de tweets, Marlinspike explica que o Telegram ativa a criptografia ponta a ponta — recurso em que somente o remetente e o destinatário podem ler as mensagens — apenas nos chamados “chats secretos”, abordagem que é bem diferente da adotada pelo próprio Signal ou pelo WhatsApp, por exemplo, que têm esse tipo de proteção como recurso padrão. Como existe um consenso sobre o Signal ser mais seguro que o Telegram, a constatação do aumento de uso do serviço na Ucrânia não chega a ser surpresa. É natural que ucranianos busquem uma comunicação tão protegida quanto possível neste momento tão delicado. Apesar disso, não há nada indicando que o Telegram irá perder relevância na Ucrânia, cenário que, provavelmente, explica os comentários de Marlinspike. Em outro tweet, ele chega a dizer que muitos funcionários do serviço têm família na Rússia e que o governo russo poderia se aproveitar disso para acessar o banco de dados da plataforma. Procurado, o Telegram informou o seguinte:
Ucrânia quer “exército de TI”
Até Mykhailo Fedorov, ministro da transformação digital da Ucrânia, usa o Telegram, pelo menos para buscar uma “reação online” contra a invasão russa. Também no Twitter, o ministrou anunciou que está montando um “exército de TI” no Telegram para atuar em ataques cibernéticos contra a Rússia. No momento da publicação desta notícia, o canal contava com quase 30 mil participantes. O número é grande, mas “haverá tarefas para todos”, disse Fedorov. Com informações: Forbes, Mashable, Engadget.