Não vai ser uma mudança meramente estética. No terceiro trimestre do ano, a companhia registrou 4,5 milhões de novos usuários, totalizando 178 milhões de contas ativas. Não é um incremento desprezível, mas o ritmo deveria ser mais forte: esperava-se pelo menos 8 milhões de novos usuários. A Snap acredita que muita gente não sabe usar ou não entende a proposta do app. A explicação para o desinteresse está aí, na visão da empresa. Se a causa é essa ou não, o fato é que o sinal de alerta disparou na Snap. O relatório financeiro aponta que a empresa triplicou o seu prejuízo no último trimestre: são US$ 443,2 milhões. O desastre dos óculos Spectacles faz parte disso. A demanda foi superestimada e o produto encalhou, causando prejuízo de quase US$ 40 milhões. O que é mais preocupante é que a principal fonte de receita da companhia também parece não entender a proposta do Snapchat: a equipe comercial da Snap frequentemente precisa explicar que o serviço tem uma dinâmica que difere muito de uma rede social convencional, ou seja, não há curtidas, compartilhamento de notícias, enfim. Pode até ser que muitos anunciantes realmente não compreendam a proposta, mas é bastante provável que muitos deles se afastam simplesmente porque entendem que não vão ter o retorno esperado ao anunciar no Snapchat. Para piorar, a Snap viu o preço por anúncio cair 60% nos últimos meses por conta da implantação de um sistema de leilão: como a procura é baixa, os valores caem. Uma atualização de interface poderá melhorar a situação? A própria Snap reconhece que não há garantias. Na verdade, a companhia fala até que o novo design do Snapchat pode causar algum efeito negativo no curto prazo, pois ela não sabe como os usuários vão reagir. De todo modo, a Snap pede um voto de confiança aos investidores. Mas, convenhamos, o principal problema do Snapchat não é o aplicativo: é o Instagram. Atualmente, a rede social controlada pelo Facebook tem cerca de 300 milhões de usuários ativos só nas stories, quase o dobro do que registra o Snapchat. No ritmo em que cresce, não vai ser nada surpreendente o Instagram terminar o ano com uma base bem maior de usuários ativos. Com informações: Recode, The Verge