Temperatura dos oceanos não para de subir e alcança sexto recorde seguidoAquecimento do oceano pode levar espécies marinhas à extinção em massa
Com um apelido que lembra o filme de terror homônimo de 1958, o Blob foi um verdadeiro horror ambiental. Se nas telas a bolha assassina era uma espécie de geleia que devorava as pessoas, no mundo real ela foi uma enorme região do Oceano Pacífico cuja temperatura chegou até os 40ºC. O efeito se prolongou do Alaska até o México. A vida marinha foi altamente afetada — especialmente a dos animais fixos, como o caso de esponjas e anêmonas. Enquanto espécies naturais deste ambiente sofrem para se recuperar, por outro lado espécies invasoras têm se proliferado com facilidade. As espécies invasoras são do filo dos briozoários, minúsculos invertebrados aquáticos que se organizam em colônias. Elas puderam prosperar graças a um grande desequilíbrio no sistema causado pela água quente: a temperatura da água limitou a troca de nutrientes entre o fundo e o topo do oceano. Com poucos nutrientes, grande parte do fitoplâncton morreu e, consequentemente, os animais que se alimentam dele também. As espécies naturais deste local também não lidaram bem com a nova temperatura em termos metabólicos. Sua demanda por energia aumentou, sendo que eles já estavam obtendo pouca pela falta de alimento. Isso facilitou a proliferação dos invasores, que, além de se adaptarem bem às condições de temperatura, não possuem predadores no local. As mudanças no equilíbrio ecológico do sistema pós-Bolha podem até ter chegado a um ponto irreversível, ou pelo menos ser um efeito que vai levar muito tempo para ser recuperado. A preocupação dos cientistas é que a temperatura do oceano pode passar por novos aumentos até que isso aconteça. Um dos responsáveis pelo estudo, o ecologista marinho Bob Miller da Universidade de Santa Bárbara, na Califórnia, ressalta a importância de um monitoramento a longo prazo para compreender os impactos de tais eventos. Fonte: Communications Biology Via: Science Alert