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Construção e design
Visualmente, o TCL 30 5G parece mais interessante do que realmente é. A tampa traseira fosca com efeito furta-cor é muito bonita, e o módulo de câmeras fino tem um design diferente, embora semelhante a outros celulares de marcas chinesas. Entretanto, basta pegar o smartphone da TCL na mão para se dar conta de que, sim, estamos falando de um modelo intermediário básico. Ele é inteiramente de plástico, aparentando não ser tão resistente a quedas e arranhões — tanto que a empresa envia capinha e película de proteção na caixa. Na parte da frente, o TCL 30 5G lembra bastante os inúmeros smartphones básicos lançados ao longo de 2019 e 2020, os quais apresentavam o recorte da câmera frontal em formato de “U”. Para um modelo de 2022, não passa uma impressão muito positiva, ainda mais se o compararmos com opções equivalentes da Samsung e da Motorola.
Tela
A tela do TCL 30 5G tem poucos grandes erros e alguns pequenos acertos. Começando pelos destaques, o painel AMOLED de 6,6 polegadas com tecnologia NXTVISION torna a exibição de vídeos mais brilhante e viva — em alguns conteúdos, no entanto, achei um pouco exagerado, no limite do agradável. Essa solução visual da TCL também traz alguns recursos interessantes, como o de melhorar a definição de vídeos em baixa resolução — ajuda um pouco, mas também aumenta o consumo de energia do sistema. Há, ainda, modos de leitura e conforto ocular. Outra coisa interessante são as opções de preferências de cor da tela. Nas configurações da tela, é possível escolher os padrões sRGB e DCI-P3, ou apenas deixar no AMOLED, a qual torna a exibição mais chamativa. Os poucos grandes erros ficam pela baixa taxa de atualização da tela, limitada a 60 Hz, e pelo brilho máximo bem baixo. No sistema Android, a falta de fluidez influencia negativamente na experiência, enquanto o pico de brilho de 900 nits tornando a visualização sob o Sol bem desagradável. Resumindo, a experiência visual do TCL 30 5G é mediana. Tem ampla gama de cores e tamanho agradável, mas a baixa frequência de atualização e o brilho máximo limitado acabam chamando mais atenção que os pontos positivos.
Configurações e desempenho
Plataforma: MediaTek Dimensity 700 5G (octa-core de até 2,2 GHz); RAM: 4 GB; Armazenamento interno: 128 GB; Sistema operacional: Android 12, TCL UI 4.0.
A TCL escolheu o chipset competente Dimensity 700 5G, da MediaTek, para equipar o smartphone. É uma plataforma intermediária com um pezinho no segmento de entrada, por isso não dá para dizer que o TCL 30 5G se destaca nesse quesito. Mas, sim, o smartphone da marca chinesa apresenta um bom desempenho para tarefas mais básicas, como as principais redes sociais — Facebook, Twitter, TikTok e Instagram — e mensageiros instantâneos. No entanto, os apps não se mantêm na memória por muito tempo, provavelmente devido aos 4 GB de RAM. O TCL 30 5G também sofreu um pouco ao rodar jogos mais exigentes: tentei jogar Asphalt 9 com os gráficos no máximo, sem sucesso; Dead By Daylight, que já não é tão otimizado, também não teve bom desempenho por aqui. Para comparação, alguns concorrentes de mesma categoria, como Galaxy M23 5G, Galaxy A53/A73 5G, e Motorola Moto G82 5G, se saíram bem melhores nos testes práticos e sintéticos.
Sistema e interface
O celular roda uma modificação do robozinho verdebaseada no Android 12. A interface TCL UI v4.0.7 é agradável visualmente, com ícones do sistema animados e central de notificações simples. O principal problema visual da interface, o qual bem curioso, foi o modo escuro não ser totalmente preto, mas cinza. Achei que fosse uma opção de definir a intensidade do modo escuro, mas, não, a tela AMOLED realmente não tira proveito dos pixels independentes para desligá-los quando não estão em uso, como normalmente tem que ser. Além disso, a experiência de uso seria melhor se, primeiro, houvesse 6 GB de RAM em vez de apenas 4 GB; e, segundo, a tela tivesse taxa de atualização de 90 Hz ou mais. Conforme eu instalava mais aplicativos, a navegação ficava cada vez menos fluida, apresentando alguns travamentos e demora na inicialização. Vale mencionar, ainda, a presença de muitos bloatwares (aplicativos e/ou ferramentas inúteis). Alguns deles podem ser desinstalados, outros apenas desativados. Com relação à atualização de software, a TCL não é muito clara, portanto não se sabe quando — ou se — o 30 5G receberá o Android 13.
Conjunto de câmeras
Principal: 50 MP, f/1.8, PDAF; Macro: 2 MP, f/2.4; Profundidade: 2 MP, f/2.4.
Com praticamente uma câmera traseira, o TCL 30 5G não surpreende, mas também não decepciona. Em condições de iluminação equilibrada, o pós-processamento de imagem do celular acerta em quase todos os cliques, apresentando bom HDR, exposição e balanço de branco equilibrados. O modo retrato do aparelho também agrada na medida do possível, pois o ambiente não pode ser muito escuro nem tão claro. Em um dos cliques, em pleno meio-dia, deu para perceber o software da câmera sofrendo para controlar a exposição e o balanço de branco — nesse caso, sem sucesso. No entanto, quando você encontra o equilíbrio, o desfoque do fundo é bem realizado, e o recorte do objeto principal é preciso — talvez, o sensor de profundidade ajude um pouco, afinal. O principal defeito da câmera do TCL 30 5G é a detecção de cena com IA, que adiciona muita nitidez na maioria dos cenários. Com a função desativada, ainda notei fotos bastante nítidas, porém geralmente agradáveis. Em vídeos, a câmera principal é limitada a 1080p a 30 quadros por segundo (fps), o que é uma pena. Mesmo se não alcançasse a resolução 4K, pelo menos poderia entregar gravações a 60 fps, como nos concorrentes. Além disso, a estabilização é bem precária, quase inexistente. A câmera frontal de 13 MP é extremamente básica, servindo apenas para registros casuais. Não considero tampouco para redes sociais, apenas se você realmente não se importa com qualidade.
Bateria e carregamento
O TCL 30 5G tem uma bateria de 5.000 mAh que faz um trabalho decente para a categoria, porém abaixo de modelos como Galaxy M23 5G. Nos meus testes diários, usando redes sociais, assistindo a vídeos no YouTube e fotografando ocasionalmente, o celular aguentou um dia e meio com um pouco de aperto. Diego Sousa/Canaltech Em nosso teste padrão de Netflix, no qual reproduzo um filme de três horas de duração, com brilho e volume em 50%, o celular consumiu 20%. Está na média, nada impressionante. Quanto ao carregamento, o adaptador de energia de 18 W é suficiente para carregar totalmente o TCL 30 5G em cerca de uma hora e 30 minutos, velocidade considerada ok, porém abaixo de muitos modelos que realizam a mesma tarefa em cerca de uma hora.
Som e conectividade
Com um alto-falante na parte de baixo, a experiência sonora do TCL 30 5G é bastante básica. Você quase não ouvirá as frequências mais graves das canções, tampouco o efeito estéreo em vídeos, jogos e músicas. Nos médios, mais especificamente onde ficam as vozes, o smartphone da TCL é bom, então não deve ser ruim ao ouvir um podcast ou conteúdo sem música. No entanto, ainda recomendo utilizar um fone de ouvido, tanto Bluetooth quanto com fio, já que ele conta com conector de 3,5 mm. Na parte da conectividade, o TCL 30 5G já vem com suporte às redes mais rápidas, o que é bom, além de NFC, para pagamentos por aproximação.
Concorrentes diretos
O celular da TCL compete no segmento mais disputado: o intermediário. Em sua faixa de preço, perto dos R$ 1.500, há opções melhores que o TCL 30 5G, sendo o Galaxy M23 5G um dos principais exemplos. A alternativa da Samsung tem mais opções de câmera em relação ao TCL 30 5G, assim como um processamento de imagem mais competente graças ao Snapdragon 750G 5G. A memória RAM é de 6 GB, contra 4 GB do modelo da TCL, o que já garante uma maior fluidez no sistema e na abertura de apps. Além disso, embora a tela traga tecnologia LCD, traz taxa de atualização de 120 Hz, o que pode ser uma vantagem para pessoas que jogam muito no celular.
Vale a pena comprar o TCL 30 5G?
Não em sua faixa de preço atual, e o motivo é simples: o TCL 30 5G não tem nenhum atrativo que o torne uma alternativa a modelos de Motorola, Samsung e outras marcas atuantes no mercado intermediário. O smartphone não se destaca em nada: a construção é simples, a tela não tem alta taxa de atualização, o desempenho é limitado com os 4 GB de RAM, a câmera traseira não faz milagre sozinha, a interface é cheia de aplicativos inúteis, e o alto-falante é bem básico. Em uma faixa de preço perto dos R$ 1.500, muitos outros modelos se sobressaem à aposta da TCL. Eu só recomendaria o TCL 30 5G se custasse, no máximo, R$ 1.300, pois ele concorreria com modelos mais básicos.