Review Amazfit GTS 2 Mini | Uma “Mi Band” com tela grandeReview Amazfit GTS 4 Mini | O relógio é inteligente mesmo?
O wearable é, na verdade, um fitness tracker e chega com algumas características bem básicas, para atingir um público menos exigente que quer rastrear sono, batimento cardíaco e atividades físicas, mas também traz um monitor SpO2 para verificar o nível de oxigênio no sangue. Mas será que vale a pena desembolsar cerca de mil reais pelo novo vestível da Motorola? Ele herdou a boa aceitação do Moto 360 ou terá que construir um caminho diferente? Nesta análise, levanto os principais pontos do relógio inteligente para te ajudar a escolher entre ele ou seus possíveis concorrentes.
Design e construção
Dimensão: 42 x 46 x 11.9 mmPeso: 29 g
A Motorola tem acertado bastante no visual de seus aparelhos, e com o Moto Watch 100 não foi diferente. Apesar de beleza ser algo subjetivo, eu achei o Moto Watch 100 muito bonito e elegante. Ele tem um acabamento metálico nas bordas que dá um aspecto bem premium ao gadget. Mesmo com a construção mais rebuscada, ele é um relógio bastante leve e confortável e isso me chamou bastante a atenção. Quando vi seu acabamento pela primeira vez, imaginei que fosse um pouco incômodo caminhar com ele, principalmente sob um sol forte, mas definitivamente não foi o caso. O relógio tem apenas duas teclas físicas, que ficam posicionadas na parte direita do mostrador e podem acessar o menu principal ou as modalidades de exercícios disponíveis no vestível. Já na parte inferior, que tem construção de plástico, o relógio tem seus sensores de monitoramento e o conector para carregamento.
Tela
O Moto Watch 100 tem um display de 1,3 polegada com resolução de 360 x 360 pixels. O painel é de IPS LCD e, infelizmente, não tem um brilho tão alto quanto o esperado para dispositivos deste tipo. Nas configurações, o relógio oferece apenas três configurações de brilho: nível 1, nível 2 e nível 3. Mesmo a configuração máxima, porém, não é o suficiente para ver com bastante clareza o que tá no display quando sair para uma caminhada ao ar livre com um som bem intenso.
Configuração e desempenho
A Motorola não divulga informações sobre o hardware presente em seu relógio, então não há detalhes sobre as especificações do chip ou de memória do vestível. No entanto, com base no desempenho do Moto Watch 100, já dá para ter noção de que não é dos mais avançados. O wearable tem bastante dificuldade mesmo para navegar no menu principal. Ao deslizar para ver todas as opções, dá para notar bastante engasgos e lentidão enquanto o menu rola pela tela. Em alguns casos, a rolagem até continua mesmo quando paramos de deslizar pelo display. Alternar entre os widgets disponíveis também é um pouco lento e dá para ver que há bastante perda de quadros conforme você desliza para os lados no painel. Isso é uma coisa que geralmente não acontece mesmo em modelos básicos ou intermediários.
Usabilidade
O Moto Watch 100 conta com um sistema operacional próprio e não oferece tanta opção de customização ou usabilidade. Para começar, as opções de watchfaces disponíveis são bem poucas. Na verdade, apenas seis modelos de telas diferentes podem ser usadas no gadget. Além disso, por ser um modelo mais simples, ele também não tem suporte para download de aplicativos, nem mesmo extensões para o uso do relógio. Com isso, só é possível usar o que já vem disponibilizado no vestível, como os modos de monitoramento de atividades físicas e de sono. Por falar no monitoramento de sono, ele é relativamente completo e o relógio permite registrar a quantidade de sono leve, profundo e REM, além do tempo acordado e o tempo total de sono. Outra coisa que me incomodou um pouco foi que o relógio tem suporte para mostrar as notificações recebidas no celular, mas não permite responder nem mesmo com mensagens prontas. Além disso, não é possível apagar todas as mensagens do relógio de uma vez, o que é bastante incômodo quando há um histórico muito grande e é necessário abrir uma por uma para deletar.
Acompanhamento físico
O Moto Watch 100 conta com uma boa variedade de exercícios físicos que podem ser monitorados, que vão desde as atividades internas — como caminhada em esteira — até externas, como corrida ou até snowboard e esqui. Eu usei o vestível para monitorar algumas caminhadas, e ele foi bastante preciso para registrar meus passos, velocidade, distância percorrida, entre outros. Além disso, é possível conferir também a quantidade de calorias que foram gastas durante a atividade. Já as opções de acompanhamento de saúde são mais limitadas, e o Moto Watch 100 monitora apenas a frequência cardíaca e o nível de saturação de oxigênio no sangue. O primeiro pode ser feito continuamente, enquanto o segundo só registra os dados manualmente. Outro ponto negativo é que o relógio não permite que você veja o seu histórico do SpO2 direto de sua tela. Em vez disso, é preciso pegar o celular e acessar o app para ver as informações mais completas.
Bateria e carregamento
O Moto Watch 100 conta com uma bateria de 355 mAh que, segundo a Motorola, pode gerar até 14 dias de uso com uma única carga. Essa estimativa, é claro, leva em conta um uso mais moderado e, na prática, pode ter algumas diferenças. Aqui, por exemplo, eu notei que ele perdeu cerca de 40% de carga em dois dias de uso e, com isso, a expectativa é que ele chegue a 5 dias de duração. No entanto, eu ativei o monitoramento da frequência cardíaca contínua e liguei as notificações para o WhatsApp, Twitter e Telegram — o que também diminui bastante a autonomia. Quanto à carga, o vestível usa um carregador padrão da Motorola, que é conectado magneticamente à parte inferior do dispositivo. No entanto, o acessório não fica tão fixo e pode escapar com certa facilidade do relógio, o que compromete o carregamento eficiente. O tempo de carga, por fim, é de aproximadamente uma hora para chegar a 100%.
Conectividade
O Moto Watch 100 não possui conexão móvel e, portanto, só é conectado ao celular via Bluetooth, que é de versão 5.0. O pareamento é bem simples e rápido: basta baixar o aplicativo Moto Watch na Play Store e seguir as orientações na tela. Além disso, o relógio tem GPS integrado para registrar os exercícios sem depender do celular para isso.
Concorrentes diretos
Pelas características e funcionalidades, o Moto Watch 100 se aproxima bastante de modelos mais simples da Realme ou Amazfit. Um bom concorrente, por exemplo, é o Realme Watch 2. Os dois têm características bem parecidas e um desempenho mais voltado para um uso básico. Mas há algumas diferenças. Por um lado, o Moto Watch se destaca por oferecer GPS integrado, mas por outro o Realme Watch 2 tem resistência IP68 contra poeira e água e tem uma interface de usuário mais completa e amigável. A faixa de preço é bem diferente, principalmente porque o modelo da Realme está há mais tempo no mercado. Ele é encontrado por valores entre R$ 300 e R$ 500, enquanto o Motorola é vendido por cerca de R$ 1.000 no site oficial da marca e no varejo. Nesta faixa de preço do Moto Watch 100 — ou até menos —, no entanto, é possível encontrar alternativas melhores. O Amazfit GTS 4 Mini, apesar de ser um modelo menor, tem um sistema mais completo, com recursos mais avançados de monitoramento de saúde e atividades e já é encontrado por menos de R$ 700.
Moto Watch 100: um relógio simples demais
A volta da Motorola ao mercado de smartwatch, infelizmente, não aconteceu do jeito que os fãs do Moto 360 esperavam. O relógio até é bem elegante e confortável, mas sua beleza não é o suficiente para justificar o preço. O sistema ainda é pouco otimizado, e a lentidão e engasgos para executar tarefas mais simples acaba comprometendo bastante a experiência de uso. Nessa faixa de preço, vale mais a pena optar por um Amazfit GTS 4 Mini, que é mais barato e tem recursos mais interessantes para o uso no dia-a-dia. É claro que alguns desses aspectos podem ser melhorados com futuras atualizações, mas, no momento, optar por um Moto Watch 100 não é a melhor escolha. Quando o preço baixar, e ele ficar mais parelho com outros dispositivo simples, aí sim valerá a pena considerar a compra.