A solução visa resolver um grande problema do cinema: alterar a idade dos atores. Afinal, a história pode acontecer no presente, mas se o roteiro incluir cenas do passado ou do futuro, o personagem não pode ficar igual, certo? Para isso, os estúdios utilizam quatro técnicas. A primeira é o uso de outro ator para vivenciar o personagem. Os estúdios também podem fazer maquiagens para deixar a pessoa mais velha, por exemplo. Também é possível apelar para edições de vídeo. Neste ponto, os pesquisadores apontam uma abordagem com um rosto completamente modelado em 3D e outra saída, com edições dos frames em 2D. Mas tudo isso é bem complexo e requer muito tempo para concluir. E é aí que entra a solução da Disney, que faz tudo isso quase que sem esforço algum.
Como funciona o FRAN, proposto pela Disney?
Os detalhes sobre o FRAN foram reportados em um estudo publicado pelo estúdio. No documento, intitulado como “Production-Ready Face Re-Aging for Visual Effects”, os pesquisadores trabalharam em duas etapas para produzir o sistema. Primeiro, foi preciso treinar a rede do processo de envelhecimento e rejuvenescimento, conhecido como “re-aging”. Para isso, foi criado um banco de dados com 2.000 identidades, cada uma com 14 idades diferentes na faixa de 18 a 85 anos. Ao todo, esse processo forneceu 196 pares de treinamento por identidade amostrada (incluindo pares de mesma idade). Depois, o estudo focou no FRAN, a ferramenta de inteligência artificial (IA) que utiliza a rede neural para fazer a edição dos conteúdos. Com tudo isso em mãos, os pesquisadores conseguiram alterar a idade de diversas pessoas, independente da etnia, com alta qualidade. A alteração foi bem-sucedida tanto em fotos quanto em vídeos. “Nossos resultados não são apenas suaves e contínuos no tempo, mas também correspondem muito de perto à identidade da imagem de entrada”, diz o estudo. “Além disso, nosso método funciona bem tanto para aumentar quanto para diminuir a idade de forma realista.” Segundo os pesquisadores, os resultados indicam que a tecnologia está pronta para ser usada em produções. Dessa forma, a Disney pode economizar tempo (e dinheiro) para modificar a idade dos atores sem depender de edições manuais. O artigo foi assinado pelos pesquisadores Gaspard Zoss, Prashanth Chandran, Eftychios Sifakis, Markus Gross, Paulo Gotardo e Derek Bradley, todos do Disney Research, e submetido ao ACM SIGGRAPH Asia. O estudo está disponível gratuitamente no site da entidade: studios.disneyresearch.com. Com informações: Ars Technica e Gizmodo