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Talvez você já tenha ouvido falar sobre a ressonância Schumann em alguma mensagem que tentou alertar-lhe de alguma catástrofe, doença ou fenômenos que parecem estranhos demais para serem levados a sério. Uma delas é que a Terra estaria girando em outra velocidade e os dias estão bem mais curtos. Astrólogos já disseram que, quando a ressonância Schumann fica “parada” por muito tempo, as pessoas têm a sensação de dar um “salto quântico”. Esse tipo de alegação é comumente espalhada por aí, mas não deveria. Por isso, vale a pena conhecer a ressonância Schumann real.
Ressonância Schumann: o que é isso?
A nossa ionosfera — a camada da atmosfera terrestre localizada a 60 km e 1000 km de altitude — é composta de íons e plasma ionosférico. Isso significa que ela é condutora de energia, mas também tem propriedades permissividade elétrica. Com isso, a ionosfera pode refletir determinados comprimentos de onda, sem nenhuma perda, e absorver outros. Neste segundo caso, a propagação das ondas é totalmente anulada. Já reflexão é uma das propriedades que tornam a ionosfera útil para determinados tipos de comunicação. Com uma antena equipada com um refletor e apontada para a ionosfera, é possível criar uma “armadilha”: as ondas são emitidas para a Terra e a antena reflete uma porção de volta para a ionosfera, e assim por diante. Isso amplia a qualidade do sinal. Com a ressonância Schumann, ocorre algo parecido. Neste caso, as ondas eletromagnéticas formadas pelos raios se propagam ao redor da Terra, na região entre a superfície e a ionosfera. Quando essas ondas têm um comprimento bem específico (entre 3 Hz e 30 Hz), elas se combinam, aumentando em força e criam uma espécie de batimento cardíaco atmosférico. Em nosso planeta, cerca de 50 relâmpagos ocorrem a cada segundo, cada uma delas criando as ondas eletromagnéticas e, inevitavelmente, algumas estarão na frequência certa para criar a ressonância Schumann. Ela é útil para analisar o clima da Terra, por exemplo, além de ajudar a entender o ambiente elétrico do planeta. Um detalhe curioso é que esse fenômeno depende de outros fatores, como o tamanho do planeta, os tipos de átomos e moléculas encontrados na atmosfera. O motivo é simples: eles podem alterar a condutividade elétrica atmosférica. Isso implica em algo muito mais interessante que estudar apenas a Terra. Alguns estudos recentes descobriram como observar a ressonância Schumann com um satélite acima da atmosfera (até então ela era observada apenas da superfície). Tal possibilidade levou a pesquisas que sugerem usar essa mesma técnica para observar exoplanetas (mundos que orbitam outra estrela que não o Sol). Ao observar a ressonância acima da superfície desses planetas, os astrônomos poderiam descobrir quanta água, metano e amônia existem lá. Existem técnicas melhores e mais precisas para determinar a composição da atmosfera de um planeta, mas elas só podem medir regiões específicas. Ao olhar para a ressonância Schumann, no entanto, os cientistas poderiam determinar a densidade global de água, amônia, e outros voláteis em todo o planeta em questão.
Pseudociência e a Ressonância Shumann
Existe muita desinformação e até mentiras, literalmente, sobre a ressonância Schumann. Já disseram que, quando ela “muda” ou “fica parada”, podemos sentir reações no corpo, e até mesmo sofrer “mutações fisiológicas na biologia celular ou no DNA”. Também já foi dito, há alguns anos, que o tempo está passando mais rápido (ou devagar, dependendo de quem espalha a fake news), e essas mensagens podem voltar a circular em qualquer época. Por isso, vale sempre pesquisar um pouquinho para verificar as informações recebidas, principalmente se termos aparentemente científicos que você não conhece forem usados. Pseudociência é quando se usa conceitos científicos (ou supostamente científicos) para tentar validar uma crença, embasar descobertas “incríveis” que não passam de pura balela ou, pior ainda, para oferecer uma falsa cura para alguma doença grave. Fique atento: não existe nenhuma “ciência quântica” real que possa validar uma ideia espiritual, e muito menos curar alguma doença sem tratamentos médicos de verdade. E o mesmo vale para a ressonância Schumann: ela não vai provocar mudanças dramáticas em nós ou em nosso planeta, pois ela sempre existiu e continuará existindo.