Lavagem de dinheiro em bitcoin é a arma dos hackers contra autoridadesO que é bitcoin? [como comprar e acompanhar a cotação]
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) emitiu um comunicado nesta última terça-feira (8) dizendo que o casal foi preso pela manhã, acusados de lavagem de dinheiro. Por mais que Morgan e Lichtenstein parecem estar conectados com o hack de uma das maiores bolsas de criptomoedas do mundo, eles ainda não foram acusados de participar efetivamente da invasão.
A maior apreensão de criptomoedas da história
Na época, a exchange Bitfinex, de Hong Kong, foi atacada e 119 mil bitcoins foram levados. Estima-se que o valor total do roubo seja de US$ 5 bilhões na cotação atual de US$ 43 mil. Esse caso de 2016 ainda é considerado um dos maiores roubos de criptomoedas da história. Agora, quase seis anos depois, parece que as investigações finalmente avançaram e identificaram quem lavou o montante bilionário em criptoativos. O casal foi preso em Nova York e 94 mil bitcoins foram apreendidos pelas autoridades. O DOJ destacou no comunicado que se trata da maior apreensão de criptomoedas da história. As autoridades alegam que a parcela restante do montante total foi usada para comprar ouro e NFTs, algumas moedas digitais também foram convertidas em fundos que apareceram nas contas bancárias de Lichtenstein e Morgan, chamando a atenção dos investigadores.
Razzlekhan: o rap e o meme
Toda a narrativa é interessante e importante por si só e histórica para o combate aos crimes envolvendo criptomoedas no mundo todo. No entanto, a cereja do bolo é Heather Morgan e seu bizarro histórico online. A acusada de lavar bilhões em BTC também é uma espécie de pseudocelebridade na internet, tendo publicado uma série de vídeos na esperança de concretizar seu sonho de ser uma “rapper irreverente”. Na realidade, sua música é… peculiar (para não dizer péssima). Naturalmente, a mulher se tornou meme nas redes sociais. Como aspirante a artista musical, Morgan atende pelo nome de Razzlekhan, mas ela também se chama de a “Martha Stewart Turca” e “O Crocodilo de Wall Street”. Bom, você pode conferir um pouco mais de seu trabalho: Sua música Versace Bedouin começa com letras que fazem agora muito mais sentido: “Esta música é para os empresários e hackers, todos os desajustados e preguiçosos inteligentes”. Infelizmente, os vídeos originais foram retirados da sua página no YouTube, mas sua arte permanece eterna na internet, compartilhada em outros canais e nas redes sociais. Entre tantos cargos e especialidades, Morgan também escreveu artigos amplamente divulgados, incluindo um intitulado “Especialistas compartilham dicas para proteger sua empresa contra cibercriminosos” (Irônico, não?). Esse texto, inclusive, inclui comentários da BitGo, que forneceu suporte de segurança para a Bitfinex no momento do hack de 2016.
Prisão de casal prova rastreabilidade do blockchain
O caso de Morgan e Lichtenstein se provou não apenas cômico, mas importante para a visão de órgãos de justiça e reguladores de mercado sobre o setor das criptomoedas e a tecnologia blockchain. O Departamento de Justiça entendeu que as prisões dessa última terça-feira foram uma prova de que essas redes descentralizadas e abertas não são defesas de ferro contra a aplicação da lei. Na realidade, elas podem ajudar na prevenção e no rastreamento desse tipo de crime conforme as autoridades ganham experiência e conhecimento sobre seu funcionamento. “Não permitiremos que as criptomoedas sejam um refúgio seguro para a lavagem de dinheiro ou uma zona de ilegalidade em nosso sistema financeiro”, disse o procurador-geral assistente Kenneth Polite Jr, em comunicado. Os 119.756 bitcoins roubados da Bitfinex em 2016 valiam cerca de US$ 72 milhões no momento em que o hack foi divulgado. No final das contas, é triste que a indústria musical nunca deu à Morgan sua oportunidade de se tornar uma grande rapper. Com informações: Gizmodo, CoinDesk, The New York Times