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O objetivo é criar uma modelagem inédita de geolocalização que possa ser usada de modo interoperável. Na prática, as Big Techs querem recursos similares aos oferecidos pelo Maps, porém sem ficar dependentes do Google, como ocorre atualmente.
Para construir o projeto, foi criada uma fundação nos moldes da responsável pelo Linux. A Overture Maps Foundation pretende lidar inicialmente com informações mais básicas, como o mapeamento de ruas, avenidas, estradas e prédios. Mais para o futuro, espera implementar um serviço com rotas, navegação via GPS e reprodução tridimensional de edifícios e casas. Com os metaversos em desenvolvimento, é provável que o Overture também ajude os desenvolvedores a criarem projetos de realidade aumentada, realidade virtual e negócios no ambiente digital. Isso seria uma forma de otimizar as tecnologias presentes em óculos de RA/RV, com uso potencial no dia a dia das pessoas.
Meta e TomTom serão as mais beneficiadas
Não é à toa que a Meta é uma das participantes da iniciativa. Hoje, a empresa dona do Instagram e Facebook é a principal criadora do seu metaverso, mas ainda não dispõe de uma ferramenta capaz de localizar tudo isso como ocorre no Google Maps. Também é pioneira na criação de headsets de realidade virtual e aumentada. Poderia, portanto, tirar muito proveito de um protocolo aberto para embarcar em seus dispositivos e seus mundos digitais. Para reforçar a navegação por GPS, a Overture conta com o apoio da TomTom. Quem é um pouco mais velho vai se lembrar dos aparelhos dedicados de navegação, que permitiam traçar rotas a partir de satélites. Esses dispositivos foram substituídos pelos apps de celular, o que fez a empresa perder grande parte do seu valor de mercado. Com o projeto, a TomTom poderia voltar a ser relevante em um sistema aberto, porém desenvolvido sob a sua expertise. Hoje, a companhia é parceria da Uber e da Microsoft em assuntos de geolocalização, além de trabalhar em projetos na área de veículos autônomos. A Overture não é o primeiro nem o único projeto que tenta replicar a experiência do Google Maps de modo aberto. Há anos existe a iniciativa OpenStreetMap, que permite a colaboração de pessoas comuns na construção de um sistema de geolocalização e rotas. A ideia nunca avançou porque sempre esbarrou na questão financeira. Os mapas que já estão por lá, contudo, devem ser incorporados ao projeto Overture.