Como o open banking vai turbinar sua relação com o dinheiroComo fazer uma transferência pelo Pix
Rafael Heringer, superintendente de tecnologia em open banking no Itaú, explica em entrevista ao Tecnoblog que a aliança com os três bancos internacionais começou a tomar forma graças ao Project Carbon, um mercado de compensação de carbono anunciado em julho deste ano – o projeto piloto conta com a participação do CIBC, NAB e NatWest. Cada um dos países está em um momento diferente do open banking: o Reino Unido foi pioneiro na área em 2018, e a regulamentação do setor na Austrália passou a valer em julho de 2020. No Brasil, o compartilhamento de dados entre bancos começou na última sexta-feira (13), autorizado pelo Banco Central. Enquanto isso, no Canadá, o assunto ainda segue em discussão. Os participantes do desafio terão acesso a uma sandbox que replica a infraestrutura de um banco, permitindo realizar testes em um ambiente protegido com dados simulados. Cada banco vai compartilhar APIs que combinam open banking e serviços em caráter experimental para permitir a criação de aplicativos. Heringer aponta ao Tecnoblog que haverá mais de 20 APIs disponíveis, e elas serão basicamente as mesmas no sandbox dos quatro bancos, só que com as devidas adaptações: por exemplo, para o Itaú, o identificador do cliente será o CPF. E segundo o executivo, o Itaú não vai abrir somente as APIs exigidas pelo BC: estarão disponíveis recursos de open banking para pagamentos, oferecimento de produtos, câmbio, prevenção a fraudes, score de crédito, entre outros.
Como funciona o Desafio Global de Open Finance
As inscrições para o evento estão abertas e podem ser feitas pelo site globalopenfinancechallenge.com. Fintechs, startups, grandes empresas, universidades e outras equipes de inovadores são convidadas a participar. Na primeira fase, as equipes irão criar e testar soluções com a mentoria de líderes dos quatro bancos e da AWS. São três áreas de concentração:
atender melhor os clientes corporativos e público em geral através de serviços digitais com alto valor agregado;ajudar a base atual de clientes e novos entrantes a acessar serviços bancários via canais digitais mais convenientes ou relevantes;encontrar maneiras inovadoras de ajudar clientes a tomar decisões melhores envolvendo clima e sustentabilidade.
Então, serão escolhidos 12 grupos para apresentar as ideias a um painel de jurados, incluindo os CEOs dos quatro bancos e executivos do setor de private equity, venture capital e organizações de tecnologia: A fase final do Desafio Global de Open Finance será em novembro de 2021. As equipes vencedoras poderão participar de um programa de incubação após o evento, com um ou mais bancos que realizam o desafio. Isso inclui: uma prova de conceito (PoC); um pitch para os times de Venture Capital de todos os bancos; reuniões com equipes internas dos bancos para entender os mercados regionais; contato com a liderança sênior para ajudar no networking; e suporte da AWS para projetos funcionais e técnicos.
Itaú e open banking
Heringer explica ao Tecnoblog que a premiação não será em dinheiro, porque o foco está em oferecer uma experiência que dá acesso a webinars de treinamento e APIs que não estão disponíveis para o público em geral; além disso, as 12 equipes selecionadas entrarão em contato com altos executivos de diversos bancos. Ele afirma que existem relativamente poucos hackathons globais, e não havia nenhum relacionado a open finance até o momento. Por isso, essa seria uma solução interessante para fintechs e startups em geral que queiram ganhar escala com o banco do próprio país ou de outras geografias. Para o executivo, o Itaú não estaria adotando uma postura de defesa em relação ao open banking porque o mercado ainda é muito grande, e porque isso permite desenvolver novos produtos à medida que mais informações de clientes fluem para o banco. Além disso, essa é uma oportunidade para abrir mais contas e emitir mais cartões de crédito.