Um exoplaneta seis vezes maior que Júpiter está caindo em sua estrelaDois planetas próximos podem ter as condições necessárias para a vida
O sistema planetário TRAPPIST-1, descoberto em 2016, empolgou a comunidade científica pela presença de mundos rochosos relativamente parecidos com a Terra em massa e tamanho. Embora apenas um dos três exoplanetas na zona habitável tem chances de possuir água líquida, os astrônomos ainda têm expectativa de encontrar condições favoráveis à evolução de formas de vida. Algumas dessas condições dependem muito da estrela à qual os planetas orbitam. No caso do sistema TRAPPIST-1, a estrela central é uma anã vermelha com massa 12 vezes menor que a do Sol. Devido à pouca massa, os sete planetas ao redor estão muito mais próximos de sua estrela do que Mercúrio está próximo do Sol. O problema é que essa proximidade pode ser prejudicial para qualquer chance de desenvolvimento da vida nestes mundos. O motivo: a estrela anfitriã sofre erupções de plasma com certa frequência. Como os planetas estão todos muito perto de seu “sol”, as explosões estelares podem varrer suas superfícies. Entretanto, as erupções também podem oferecer alguma vantagem para a evolução planetária. Segundo a nova pesquisa, liderada pela Universidade de Colônia, na Alemanha, elas poderiam afetar o aquecimento interior de seus planetas em órbita, favorecendo a formação geológica. “Se tomarmos a Terra como ponto de partida, a atividade geológica moldou toda a superfície do planeta, e a atividade geológica é, em última análise, impulsionada pelo resfriamento planetário”, disse o Dr. Dan Bower, geofísico do Centro de Espaço e Habitabilidade da Universidade de Berna, e co-autor do estudo. A equipe investigou como as erupções estelares da estrela TRAPPIST-1 “afetaram o balanço de calor interior dos planetas em órbita”, disse o dr. Bower. Sua equipe descobriu que as explosões podem favorecer o aquecimento interior devido à dissipação ôhmica (a perda de energia devido à conversão em calor). Quando as erupções ocorrem, a atividade geológica dos planetas poderiam permitir que o ambiente da superfície evolua para habitável, ou em várias fases de habitabilidade. Os modelos dos autores da pesquisa também preveem que a presença de um campo magnético planetário pode aumentar esse aquecimento. Esses resultados são um grande passo para os futuros estudos, já que, anteriormente, considerava-se que os planetas ao redor de anãs vermelhas seriam estéreis para a vida devido à proximidade e as erupções dessas estrelas. Contudo, ainda há muito trabalho a ser feito para seguir essa linha de pesquisa. “Planejamos executar simulações físicas mais elaboradas para entender melhor o efeito dos campos magnéticos intrínsecos”, disse o Dr. Alexander Grayver, principal autor do estudo. “O objetivo de longo prazo é combinar nosso modelo com modelos de formação e erosão da atmosfera”. O estudo foi publicado no The Astrophysical Letters. Fonte: The Astrophysical Letters