O anúncio foi feito no momento em que a Samsung se prepara para divulgar o relatório financeiro do último trimestre. A expectativa é a de que a companhia consiga obter lucro operacional de US$ 12,8 bilhões, número quase três vezes maior que o registrado no mesmo período de 2016 e que, por consequência, enterrará de vez todos os estragos deixados pelo histórico do Galaxy Note 7. Parece mesmo que a Samsung vive uma de suas melhores fases. Pelo menos essa é a impressão que a gente tem olhando de fora. Só no segmento móvel, as linha Galaxy S8 e Galaxy Note 8 mostram que inovação e tecnologia não são termos meramente formais dentro da companhia. Mas a decisão de Kwon Oh-hyun ativou o sinal de alerta. Em carta direcionada aos funcionários da Samsung, o executivo explica que decidiu abandonar o posto de CEO por conta da crise sem precedentes que a companhia vive. Para ele, uma liderança mais jovem é necessária para que a Samsung consiga responder ao rápido crescimento da indústria de tecnologia. Kwon Oh-hyun não dá detalhes sobre essa crise interna, mas é muito provável que a renúncia tenha ligação com o escândalo de Lee Jae-yong, líder e herdeiro da Samsung que foi condenado a cinco anos de prisão por sua participação em um gigantesco esquema de suborno e corrupção na Coreia do Sul. O executivo reconhece que a fase atual da Samsung é bastante confortável, mas diz que o desempenho positivo da companhia é resultado de decisões tomadas no passado, deixando dúvidas sobre a capacidade da empresa de manter a sua hegemonia nos próximos anos. A trajetória de Kwon Oh-hyun na Samsung começou em 1985. Ele foi ganhando posições até chegar, em 2012, ao posto de CEO da Samsung Electronics e, 2016, ao cargo de CEO da Samsung Display (posição também renunciada). Por conhecer o conglomerado tão bem e por tanto tempo, o executivo era visto como a pessoa mais bem preparada para fazer a Samsung seguir em frente após o afastamento de Lee Jae-yong. Provavelmente, Kwon Oh-hyun não pôde suportar o peso de tamanha responsabilidade. O executivo permanecerá como presidente do conselho de administração, mas só até março de 2018, quando termina o seu mandato. Com informações: Reuters, The Verge