Pensando nisso, foi criado o Bitcoin Cash: ele tem suporte a blocos maiores e, portanto, é capaz de processar mais transações. Esta criptomoeda ainda está longe de superar o bitcoin em valor de mercado, mas disparou 140% em um intervalo de apenas dois dias. O que aconteceu?
Neste final de semana, o Bitcoin Cash foi de US$ 1.000 para um pico de US$ 2.426, atingindo um valor de mercado de US$ 40 bilhões — o segundo maior de todas as criptomoedas. Desde então, ele recuou para US$ 1.100, caindo para terceiro lugar no ranking das mais valiosas. Isso é algo mais profundo que uma simples flutuação de mercado. O hashrate do Bitcoin Cash — isto é, o poder de processamento dedicado a minerar essa criptomoeda — superou momentaneamente o bitcoin. Como lembra a Fortune, essa volatilidade surgiu após o cancelamento de um “hard fork” do Bitcoin. A ideia era criar uma nova versão dessa criptomoeda — chamada provisoriamente de Bitcoin 2x — com blocos maiores para processar mais transações.
Essa mudança — chamada Segwit2x — só valeria caso fosse aprovada pela comunidade, que não chegou a um consenso. Alguns acreditam que o bitcoin deveria ter blocos maiores para tornar as transações mais baratas e rápidas. No entanto, minerá-lo exigiria mais poder computacional, o que poderia deixar seu controle nas mãos de poucas pessoas. Nos últimos dias, o Bitcoin Cash parece ter atraído investidores e mineradores que apoiavam o Segwit2x. Afinal, ele tem suporte a blocos de 8 MB (contra 1 MB no bitcoin). Há um fator adicional aqui: o Bitcoin Cash “é apoiado por muito dinheiro da China, que controla seu preço e sustenta sua rede”, diz o analista Willy Woo à CoinDesk. “Se você compra Bitcoin Cash, você aposta que a China quer dominar. Essa é uma aposta estratégica e geopolítica”. Com informações: Fortune, CoinDesk.