Por que baterias de fluxo de ferro podem revolucionar o armazenamento de energia"Baterias a ar" mostram potencial para substituir as de íons de lítio no futuro
Segundo a fabricante, as células conhecidas como baterias de ferro-ar podem ajudar na descarbonização do setor de energia elétrica, além de serem mais baratas que outros sistemas de armazenamento feitos à base de íons de lítio, e usarem apenas materiais prontamente disponíveis. “As baterias de íon-lítio de hoje exigem materiais caros, como lítio, cobalto, níquel e grafite, originários principalmente de outros países. Essa nova célula, no entanto, armazena eletricidade usando metal de ferro simples por meio do princípio chamado ferrugem reversível”, explicou o CEO da Form Energy, Mateo Jaramillo, em um comunicado à imprensa.
Bateria “enferrujada”
Com a tecnologia desenvolvida pela Form Energy, as baterias convertem metal de ferro em ferrugem ao descarregar e, durante esse processo, também transformam a ferrugem em ferro ao carregar. Esse sistema garante um fluxo de energia muito maior em comparação com as baterias de íons de lítio. Outra vantagem é que as baterias de ferro-ar são muito maiores e estáveis do que as células de lítio, podendo armazenar e descarregar energia por até 100 horas de forma segura e constante. Atualmente, as baterias de íons de lítio dificilmente conseguem ultrapassar quatro horas de armazenamento para sistemas de energia eólica ou solar. “As baterias de ferro-ar foram avaliadas pela primeira vez no início dos anos 1970 para uso em veículos elétricos. Hoje, no entanto, dados mais recentes indicam que eles poderiam ajudar a promover e diversificar o futuro fornecimento de energia elétrica verde para serviços públicos”, acrescentou Jaramillo.
Linha de produção
A Form Energy já escolheu um local para instalar sua primeira fábrica de baterias de ferro-ar. A unidade começará a ser construída a partir de 2023 na cidade de Weirton, na Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos. A ideia é que instalação comece a funcionar em 2025. Segundo Jaramillo, a bateria de armazenamento de ferro-ar ainda é muito grande e pesada para ser usada em veículos elétricos. No entanto, os engenheiros estão trabalhando para reduzir o tamanho dessas células de energia e aumentar o seu número de aplicações no futuro. “Isso ainda está muito longe e, por enquanto, as baterias de íon-lítio estão prosperando no setor automotivo. Nosso foco principal é alcançar a independência de energia renovável, atendendo aos desafios da cadeia de suprimentos que necessita de tecnologias capazes de armazenar eletricidade de forma mais econômica e por vários dias”, encerra Mateo Jaramillo. Fonte: Scientific American